IDENTIDADE E AFRO-BRASILIDADE EM BECOS DA MEMÓRIA DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Resumo
Partindo do interesse de estudo da prosa de Conceição Evaristo, o presente artigo objetiva, ao analisar o romance Becos da Memória, publicado originalmente em 2006, identificar de que forma os denominadores comuns da literatura afro-brasileira, conforme organizados por Eduardo de Assis Duarte (2011), manifestam-se na prosa da autora mineira e de que forma eles estão entrelaçados às especificidades de sua escrita. O romance, ao narrar o processo de desconstrução de uma favela na metrópole contemporânea, narra as vivências das mais diversas personagens, tendo como centro da narrativa Maria-Nova, personagem responsável por ouvir histórias e por comprometer-se a compartilhá-las. Ao afastar-se de estereótipos e exotismos, a autora faz de sua obra espaço de problematização da realidade dessa parcela da população e apresenta uma nova identidade negra no texto literário. Sendo assim, buscar-se-á, ao pensar no modo pelo qual a autora relaciona memória à identidade, compreender como a “escrevivência”, traço característico da escrita de Conceição Evaristo e responsável por estabelecer a convergência entre a escrita e a vivência individual e coletiva, revela-se estratégia responsável por alinhavar a voz autoral e o ponto de vista, elementos constituintes da literatura afro-brasileira, à problematização da identidade negra na tessitura da obra literária.
Palavras-chave
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PDFISSN 1676-9570 (impresso - ENCERRADO)
ISSN 2178-437X (eletrônico)
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